Defesa da família de vereadora assassinada em Formigueiro nega envolvimento da vítima com facções criminosas; confira a nota

Defesa da família de vereadora assassinada em Formigueiro nega envolvimento da vítima com facções criminosas; confira a nota

Foto: Reprodução

O escritório Argenta Dutra, de Santa Maria, que representa a família da vereadora do PT Elisiane Rodrigues dos Santos, morta a facadas no dia 16 de junho, em Formigueiro, manifestou-se sobre o caso por meio das redes sociais, nesta quarta-feira (20). O advogado Leonardo Argenta Dutra, que atua no caso desde a conclusão do inquérito por parte da Polícia Civil, no início de julho, relatou que "manifesta preocupação com a forma como informações foram divulgadas de forma prematura acerca da vítima". 


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Duas pessoas, um jovem de 19 anos e uma jovem de 26 foram, apontadas como executor e mandante do assassinato da vereadora. A denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Guilherme Castelhone Chagas. Segundo o MP-RSo homicídio apresentou qualificadoras como motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ambos os denunciados fazem parte de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas na região. Atualmente, ambos estão presos.


A jovem de 26 anos, que seria a mandante do crime, foi presa no dia 10 de julho, em Gravataí. Ela foi levada ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. Já o rapaz, autor confesso do assassinato, foi preso em 21 de junho. No momento, ele está no Presídio Estadual de Agudo.


A defesa da família de Elisiane nega qualquer envolvimento da vereadora em facções criminosas e afirma que "não há nada conclusivo que indique que ela trabalhava em alguma atividade ilícita". Também reforça que esse possível envolvimento surgiu após depoimento dado pelo próprio filho da vítima, que na época seria considerado suspeito do crime. Conforme o inquérito, a vereadora seria tesoureira do grupo criminoso.


– Há mais de 10 dias, estamos em análise do inquérito e de todo o material do caso. Após toda a averiguação de todas as provas que foram coletadas, concluímos que foi de maneira precipitada, sem qualquer confirmação ou veracidade. Isso prejudicou muito a imagem da vítima, mesmo que a gente não possa negar que possa surgir algo mais à frente. Até então, não há prova alguma. A Elisiane não tem qualquer envolvimento com facções criminosas, com tesouraria. Muito pelo contrário – reforça o advogado.


Sobre os valores de R$ 400 mil encontrados nas contas bancárias da vítima, o advogado diz que se tratam de "rendimentos tanto de enfermeira quanto de vereadora e que não há nada de ilícito nisso". Questionado sobre a relação da vereadora com o suposto autor do crime, um jovem de 19 anos, a defesa não nega as mensagens entre a vítima e o jovem.


– Em tese houve essa mensagem, de que haveria mensagem que iria comprar carne desse rapaz. Mas não há nada que relacione a Elisiane ao abigeato, que ela teria envolvimento com algo a mais, executora de qualquer tipo de crime. E quando a Elisiane vai encontrar com esse rapaz, não encontra nada lá, com relação a carnes – finaliza.


Confira a nota divulgada por meio das redes sociais:

"O escritório Argenta Dutra SIA, representado pelo advogado Leonardo Argenta Dutra, OAB/RS 119.247, na qualidade de Assistente de Acusação, vem a público manifestar sua preocupação com a forma como informações foram prematuramente divulgadas acerca da vítima Elisiane Rodrigues dos Santos, brutalmente assassinada em Formigueiro.

As informações divulgadas pela autoridade policial, que apontam a possível atuação da vítima como “tesoureira” de uma facção criminosa e destacam o valor de cerca de R$ 400 mil em contas bancárias como incompatível com seu salário, não tiveram sua veracidade ratificada.

Lamentavelmente, tais alegações foram divulgadas antes de qualquer investigação aprofundada sobre a origem dos recursos. O suposto envolvimento com a organização criminosa, se deu com base em declaração unilateral e única na investigação, sem qualquer sustentáculo, trazendo uma cortina de fumaça sobre a repercussão do caso.

Embora já tenha sido oferecida denúncia pelo Ministério Público, nosso compromisso segue firme na busca por esclarecimentos completos quanto à motivação do crime e à responsabilização de todos os envolvidos. Ressaltamos que a memória da vítima deve ser preservada, e não maculada por ilações baseadas em declarações isoladas e não verificadas.

Reiteramos a confiança no devido processo legal e na apuração séria, técnica e imparcial, para que a verdade prevaleça e a justiça seja integralmente feita."



Relembre o caso

O corpo da parlamentar foi encontrado caído ao lado de seu carro, em uma estrada na localidade de Rincão dos Machado. Ela apresentava pelo menos 10 marcas de facadas, a maioria na área do pescoço. O crime teria acontecido entre o final da noite do dia 16 de junho e a manhã de terça-feira, 17 de junho, já que a vereadora chegou a participar da sessão plenária que ocorreu na noite anterior. 

A Polícia Civil, que investiga o caso, apontou que, na cena do crime, nenhum objeto pessoal da vítima teria sido levado. Segundos as autoridades, foram encontrados no local a bolsa com carteira, celular, dinheiro e cartões de banco. Elisane exercia seu primeiro mandato na Câmara de Vereadores de Formigueiro pelo Partido dos Trabalhadores. Era a única mulher entre nove parlamentares.

Na mesma semana do crime, a Polícia Civil prendeu um jovem de 18 anos que confessou a autoria do crime. O nome do investigado segue sem ser divulgado. Na época da prisão, o rapaz disse que o motivo para o crime teria sido uma suposta dívida do filho da vereadora. A motocicleta do suspeito foi apreendida no mesmo dia e passou por perícia para identificar se havia marcas de sangue no veículo. 


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